segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O que se pretende?

Na última reunião de três de novembro, foram discutidos vários aspectos que se relacionam com essa pergunta: O que se quer causar no público? Os assuntos discutidos foram entre outros: imagem dialética; nu dialético; fábula; linha rítmica; ápice do ritmo e todos estes são na verdade caminhos para construir o que se pretende com o público. O que se pretende quando você coloca uma imagem dialética em cena? O que é uma imagem dialética e como construí-la? O que se quer causar quando se coloca nu em cena? Como estabelecer uma relação, porque o nu em cena? Porque contar a fábula em cena? Que diálogo se pretende? Como estabelecer a linha rítmica? Acredito que todas estas são questões que encontram respostas na prática, a reflexão vem depois, afinal todas estas perguntas surgiram porque primeiramente elas estão , de alguma forma , em cena na Direção III. Assim na busca de resposta , novas questão foram surgindo, pois devemos lembrar que o Processo Colaborativo, pelo o que eu entendi até agora, se constrói a partir de perguntas os workshops, o recorte, o argumento foram questão que deveriam ser respondidas cenicamente. E agora surge uma nova questão, o roteiro. E onde estão as questões para serem respondidas na construção do roteiro? Pelo o que percebo elas estão, de certa forma, em cena, estão nas imagens, nos nus, na fábula, nos ritmos e agora é a hora de trilhar um caminho com todos esses elementos, ou melhor, todos os questionamentos. Assim o roteiro acaba tendo que responder a pergunta inicial deste texto: o que se que causar no público? O roteiro tem que responder a esta que é uma das principais, senão a principal, questão que devemos ter em mente quando vamos montar uma peça. Como disse antes as questões no teatro encontram suas repostas na prática, a reflexão vem depois, mas é claro que é necessário refletir sobre o trabalho, mas para as idéias deixarem de serem abstrações e se tornarem concretas elas precisam ser colocadas em cena. Assim a idéia de roteiro deve ser posta em cena, como o recorte e o argumento também o foram, pois desta maneira o diretor, que segundo Grotowski é um espectador de profissão, poderá ver o que a cena causa nele, o primeiro espectador, o primeiro público, o que ele sente. Seguindo o pensamento de que no teatro é necessário a prática, me atrevo a falar de um assunto que surgiu nessa última reunião, que foi o problema da disciplina Direção III ser em formato de Processo Colaborativo. Pelo o que foi dito a polêmica surge pela disciplina ser em formato de Processo Colaborativo, pois acaba sendo muito problemática e estressante para todos, mas que processo não é assim? O professor Bulhões apontou possibilidades para melhorar o funcionamento da disciplina, para que os processos se tornarem mais colaborativos e menos estressantes. Eu não sou aluna da disciplina, sou uma simples ouvinte, mas que ao escutar o problema, penso que ele é semelhante a questão do roteiro, pois na medida que o roteiro tenta responder o que se pretende com o público, a disciplina tenta responder o que se quer se com os alunos? Que diretores , atores e dramaturgos se pretende? No caso da disciplina a prática já aconteceu e surgiram resultados que estão sendo avaliados e esta reflexão é de grande importância para buscar responder a questão: o que se quer do aluno de teatro? Penso que excluir o Processo Colaborativo da disciplina de Direção III não seja a saída, ou melhor, seja uma saída mais fácil e visível, uma porta de emergência e não a solução mais elaborada, complexa e difícil. Então devemos nos perguntar: que porta queremos abrir?

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