Quem tem medo da encenação? Quem nunca teve medo diante da encenação? Essa pergunta ficou em minha cabeça desde a última aula, pois o medo é chave de vários problemas e de certa forma de soluções também, pois é a partir do medo que o ser humano se move em direção á algo. Acredito que todos tanto diretor, como dramaturgo, com os atores sentem medo diante do processo, diante de seus trabalhos dentro do processo. E como produzir com medo? E quando o medo é coletivo? São questões que perpassam os processos criativos, pois penso que a criação em algum sentido é uma resposta ao medo do homem sobre certas questões e o artista vai e remexe e coloca para fora o medo que não é só dele, mas do homem. O Bulhões, falou na última aula sobre o problema de não tornar a encenação “atorcentrista”, o que acho válido, mas também não podemos transformar, penso eu, a encenação em “diretorcentirsta” e nem em “dramaturgocentrista”, pois como o próprio nome diz o processo é colaborativo e o medo é coletivo. Então como mergulhar verticalmente, tanto ator, diretor, dramaturgo e técnicos? Como mergulhar no medo para extrair dele algo novo e precioso?Não sei, mas acho que sempre que partimos de nos mesmos para descobrir algo, estamos buscando uma comunicação não só com os nossos desejos, angústias e medos, mas com o outro que de certa forma sente o mesmo que agente, em proporções diferentes. Então penso como é possível partir de você mesmo e ao mesmo tempo escutar e se comunicar com os outros que estão no mesmo barco que você, seus colegas de trabalho? É preciso ser muito sensível para conseguir ouvir os outros e a você mesmo, é preciso saber ser político, como disse Bulhões. Segundo do dicionário Michaelis de língua portuguesa, política é a arte ou ciência de governar, então não é isso que um diretor precisa? É preciso então fazer um processo político dentro do caos chamado medo? O que nos resta é gritar... Por isso aí vai O Grito de Edvard Munch
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